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Professora afirma que população negra tem doenças decorrentes da escravidão

A saúde da população negra foi abordada pela professora de Estudos Africanos e Afro-brasileiros, Elisandra Cantanhede Ribeiro, no programa ‘Diário da Manhã’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), nesta quinta-feira (23). É mais uma entrevista da série que o programa vem realizando por conta da passagem do Dia da Consciência Negra (20 de novembro).

Elisandra Ribeiro, que é mestrando no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Maranhão (PPGHIS-UFMA), afirmou, durante a conversa com o jornalista Ronald Segundo, que no Maranhão a situação é ainda mais precária, porque 80% de sua população é formada por negros.

“O sistema de saúde é ainda mais precário para a população negra, por conta de mais de três séculos de escravidão. A situação é precária para todos, mas muito mais em relação à população negra mesmo. Desde 1988 que, pela nova Constituição, temos direito integral, mas não é igual para todos, principalmente, no Maranhão, que possui mais de 80% de população negra; e devido ao racismo estrutural”, explicou.

A professora frisou que a maior ocorrência de determinadas doenças na população brasileira afrodescendente é influenciada por características de ordem genética e, também, por fatores socioeconômicos, que incluem o regime de escravatura vivido até o final do século XIX e, também, a situação de exclusão social, presente até os dias atuais.

De acordo com Elisandra Ribeiro, as doenças que mais atingem a população negra são hipertensão, anemia falciforme, diabetes tipo 2, glaucoma e câncer de próstata.

Por fim, a professora ressaltou que, embora exista predisposição genética para que pessoas negras desenvolvam essas doenças, é importante reforçar que os bons hábitos no dia a dia são capazes de evitar algumas delas, por meio da prevenção.