A TV Assembleia do Maranhão, por meio do Núcleo de Documentários da emissora, lança, nesta sexta-feira (23), o documentário “Frei Antônio Sinibaldi: o legado da caridade”, dirigido pela jornalista Márcia Carvalho, coordenadora do Núcleo.
A produção narra a trajetória do frei italiano que chegou ao Maranhão em 1968, assumindo inicialmente a Paróquia de São Francisco, na cidade de Bom Jardim. Em 1971, foi transferido para São Luís, onde passou a responder pela mesma paróquia, no bairro São Francisco.
Frei Antônio Sinibaldi nasceu em 1937, na cidade de Segni, Itália. Ainda menino, ingressou no seminário de Fossanova (lugar onde Santo Tomás de Aquino viveu seus últimos dias) e foi ordenado sacerdote em 1962, na Igreja do Sagrado Coração, na Praça Navona, em Roma.
Em São Luís, dedicou-se especialmente às pessoas mais vulneráveis — crianças em situação de rua e mulheres em contexto de prostituição —, desenvolvendo, com apoio de voluntários da comunidade católica, um relevante trabalho social. Na década de 1980, fundou um centro de apoio conhecido como Obras Sociais, que oferece serviços nas áreas da saúde, capacitação profissional e educação para famílias do bairro.
Muito ligado à juventude, Frei Antônio protagonizou um dos episódios mais marcantes de sua vida no dia 7 de setembro de 1987. Durante um passeio com 16 jovens até a Ilha do Medo — no perigoso boqueirão onde o rio Mearim deságua no mar — a embarcação em que estavam virou. Frei Antônio salvou todos os jovens, mas não conseguiu se salvar. Cumpriu, assim, o que dissera na noite anterior: “Pelos jovens, eu daria a minha vida.”
Além de resgatar essa história de doação e fé, o documentário revela que, segundo diversos testemunhos, Frei Antônio continua a interceder por aqueles que o procuram. Há relatos de graças alcançadas e até de milagres atribuídos à sua intercessão. A Arquidiocese de São Luís analisa atualmente um processo de beatificação. Também há um pedido encaminhado ao Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores Conventuais para o início do processo de canonização — o que poderá torná-lo o primeiro santo que viveu no Maranhão no século XX.
A produção do documentário surgiu a partir de um pedido da Associação dos Amigos de Frei Antônio Sinibaldi à direção da TV Assembleia do Maranhão. O professor Mario Cella, amigo de Frei Antônio e defensor de sua canonização, representou a comunidade da Igreja na colaboração com a equipe de produção.
O filme utiliza imagens geradas com apoio de inteligência artificial, que ajudam a enriquecer a narrativa e facilitar a compreensão do conteúdo. A direção de fotografia é assinada por Jânio Ferreira e Magno Parker; as imagens são de Luiz Fernando Wolf, além de material cedido pelo Museu do Audiovisual do Maranhão (Mavam) e pela Ordem dos Frades Menores Conventuais. A edição e finalização foram realizadas por Júnior Draw e Alberth Moreira.