Em outubro de 2023, o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), fez um alerta importante: São Luís estava com a qualidade do ar 500 vezes pior que os níveis de emergência. Na época, o assunto tomou conta da mídia, mas seis meses depois, nada se fala mais sobre o assunto. Porém, o advogado Guilherme Zagallo, um dos representantes do Movimento em Defesa da Ilha que representa as comunidades da Zona Rural, continua sua empreitada de alertar a calamidade ambiental que a capital maranhense. Silenciosa, a poluição vem aumentando o número de internações e trazendo superlotações aos hospitais públicos e privados.
Antes de mais nada é necessário informar que as informações a seguir são de desconhecimento de boa parte da população ludovicense e como classifica o advogado, as pessoas estão acumulando problemas de saúde e inclusive novos seres estão sendo gerados com alterações morfológicas, sem ao menos saber o que está acontecendo em São Luís.
A capital maranhense abriga três grandes empresas, produtoras de substâncias tóxicas que estão sendo jogadas no ar. Vale, Alumar e Eneva tem contribuído para tornar o nível de dióxido de enxofre, 17 vezes pior na atmosfera de São Luís.
Guilherme Zagallo revela que na porção sul da Baía de São Marcos, onde está instalado o Porto do Itaqui e consequentemente a Vale que utiliza o Porto da Madeira, a Alumar que tem um porto no rio dos Cachorros e a Eneva que fica próximo ao Itaqui, já são encontrados sete metais pesados.
Chumbo, níquel, arsênio, cadmio, cobre, zinco e mercúrio são facilmente encontrados nas águas da Baía de São Marcos que banha São Luís e é onde estão localizadas as principais praias da capital como Ponta d´Areia, Calhau, São Marcos e outras.
A presença desses metais pesados representa um envenenamento silencioso na população que utiliza o mar e consome peixes e frutos pescados na região. Para quem vive da pesca artesanal, um “verdadeiro filme de terror” está sendo produzido. Todos esses metais são cumulativos no organismo do ser humano e com o tempo começam a desenvolver doenças hepáticas e cânceres.
Gulherme Zagallo deixa bem claro que as denúncias feitas não tem como efeito criar “uma caças às bruxas”, mas sim, que as empresas cumpra a lei que determina a instalação de Estações de Monitoramento da qualidade do ar em diversas regiões da Ilha e busquem uma solução para os poluentes emitidos. O advogado ainda lembra que a fiscalização cabe a SEMA, mas a responsabilidade dessa situação é do IBAMA.
De acordo com o advogado, as Estações repassando a situação da qualidade do ar, medidas tem que ser tomadas como a suspensão de aulas, proibição de atividades ao ar livre e outras.
Números apresentam apontam que as internações por doenças respiratórios saltou de 4,4% em 2008 para 38,2% em 2018, e esse número não para de crescer.
Segundo os dados apresentados pelo Movimento de Defesa da Ilha, as mortes por câncer e doenças respiratórias na capital cresceram 162% entre 1996 e 2022. A nível nacional, no mesmo período, o crescimento foi de 136% e 99%, respectivamente.
Por conta das chuvas, a qualidade do ar fica menos pior no primeiro semestre do ano, mas no segundo semestre a situação vira calamitosa, ainda mais com a força dos ventos que espalha ainda mais os poluentes.
Atualmente, as pessoas que estão sob maior risco são as que moram na região do Anjo da Guarda, Santa Bárbara, Coqueiro e Vila Maranhão, mas todos em São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa estão sendo impactados com a poluição. E o pior: não sabem.
O espaço fica aberto para manifestações de todos os citados, caso queiram comentar as informações divulgadas.