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Correio Maranhense: ‘Toda Mulher’ – Leila Naiva e Nadir Cruz falam da força feminina nas manifestações culturais

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 Com um caprichoso trabalho à frente do Boi de Axixá e Boi da Floresta, elas provam que são merecedoras do posto, conquistado a partir das vivências como fazedoras de cultura.

A força feminina na cultura popular do Maranhão foi destacada no programa ‘Toda Mulher’ desta quarta-feira (7), na TV Assembleia. A jornalista e apresentadora Márcia Carvalho conversou com as comandantes dos Bumba meus Bois de Axixá, Leila Naiva, e da Floresta (ou de Apolônio Melônio), Nadir Olga Cruz.

Leila Naiva destacou o amor pela manifestação como impulsionador do trabalho. “É por conta dessa paixão que a gente continua mantendo acesa a brincadeira. Só a força desse amor é que nos faz continuar fazendo o que a gente faz”, ressaltou.

Nadir Cruz observou, também, o fator da religiosidade. “Existe o envolvimento religioso que o bumba meu boi vem trazendo consigo. Nós acreditamos até que seja por isso que se mantém até hoje. Não é só espetáculo, não é só dança. Existe um sentimento religioso que é muito forte, crença, devoção, memória, história”, reforçou.

Com um caprichoso trabalho à frente das duas manifestações, elas provam que são merecedoras do posto, conquistado a partir das vivências desde a infância como fazedoras de cultura. Leila é filha de Francisco Naiva, um dos fundadores do Boi de Axixá, do sotaque de orquestra. Nadir Cruz é viúva de seu Apolônio, que inscreveu seu nome na história do grupo do sotaque da Baixada.

Nadir Cruz lembrou que chegou ao Boi da Floresta com 12 anos, em 1978, e que entrou como brincante e foi mostrando seu trabalho até hoje ser a comandante dos 120 integrantes. Destacou que a mulher sempre participou do boi, mas que antes era invisibilizada, sendo ‘mutucas’, acompanhantes, cozinheiras. “Dentro do bumba meu boi, eu sei fazer todos os ofícios”, atestou.

Leila Naiva contou que começou a dançar no boi com seis anos de idade, ao lado do pai, mas que a mulher precisou lutar muito para poder participar do cordão. Recordou, inclusive, histórias do tempo em que só podiam dançar na brincadeira as jovens que não eram mais virgens. “Hoje, nós temos 40 índias no Boi de Axixá”, afirmou, ao falar sobre os avanços alcançados através dos tempos.

O programa foi aberto com uma matéria, assinada pela jornalista Bel Soares, enfocando o Complexo Cultural do Bumba meu boi do Maranhão, declarado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade no ano de 2019.

O programa ‘Toda Mulher’ é exibido todas as quartas-feiras, às 15h, na TV Assembleia (canal aberto digital 9.2; Maxx TV, canal 17; e Sky, canal 309).